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Juliana Paes revela sofrer de crises de ansiedade e relembra ataques por vídeo sobre política

Há dois anos, Juliana Paes administra fortes crises de ansiedade. Começaram durante a novela “A dona do pedaço”, quando foi tomada por uma sensação de angústia, taquicardias e até labirintite em cena. O diagnóstico apontou transtorno de estresse pós-traumático, causado por uma série de experiências emocionais desagradáveis.

A primeira foi a perda da voz, em 2018. Após noitada numa festa, a atriz acordou no dia seguinte sem conseguir falar. Seguiu rouca por semanas, até que exames constataram edemas e cistos nas cordas vocais. Encarou uma maratona de exercícios de terapia vocal e passou a trabalhar acompanhada de uma fonoaudióloga. A perda de alguns tons, no entanto, foi inevitável.

Enquanto protagonizava a novela, em 2019, Chloé, a cadela da atriz, morreu afogada na piscina de casa (“estava com 21 anos, eu já esperava, o problema foi a forma como aconteceu…”, lamenta). Em seguida, perdeu dois tios queridos. Em meio ao ritmo intenso das gravações, Juliana passou pelos acontecimentos sem conseguir digeri-los. Teve ainda dificuldades em se fazer ouvir. A família não levou a sério quando a atriz, famosa pelo alto astral e sorrisão, revelou não estar bem.

— Era como se eu não estivesse autorizada a ficar triste — conta, após elaborar a questão durante um ano de análise. — Entendi que, primeiro, tive um surto de ansiedade, depois, outras pequenas crises.

A terapia também a ajudou a lidar com a repercussão do vídeo que postou em junho. Após fazer um storie criticando a forma como a médica Nise Yamaguchi, defensora do uso da cloroquina, foi tratada na CPI da Covid, Juliana foi cobrada por fãs e colegas artistas de não ter um posicionamento crítico sobre a política do governo na pandemia. Ela, então, rebateu as críticas em um vídeo que deu muito o que falar.

Nesta entrevista, a atriz diz não querer “ter que falar de política todo dia para ser aceita” (“a gente tem que poder se sentir livre para falar ou calar sem ser taxado de militante ou omisso”). Também afirma estar confortável no papel da mãe de Juma Marruá no remake de “Pantanal” (“Já me vejo como a mãe, jamais criei a expectativa de ser a Juma”). Fala ainda sobre a relação com o corpo aos 42 anos, a transição capilar que a fez recuperar os cachos, a passagem do tempo (“envelhecer ainda é um tabu”) e do machismo de quem acha que mulher bonita não pode ser inteligente.

Fonte: Maria Fortuna / O Globo

Foto de capa: Sergio Baia / Divulgação

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